segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Reflexão: Consequências do 7 de setembro na realidade piauiense

“Um dos sinais que mais expressam o amor por uma nação, o desejo de unidade, liberdade e demonstram sua legitimidade, é, sem dúvida, o comprometimento de seus cidadãos com seus valores patriótico-nacionalistas.”

Muito me surpreendeu uma visita ao desfile do dia da independência comemorado no Piauí. Ver todas aquelas pessoas desfilando na Avenida Frei Serafim, comemorando as palavras: “Independência ou morte”, de D. Pedro, no dia 7 de Setembro de 1822, impactou-me e me levou a um questionamento sobre as reais conseqüências dessas palavras na realidade piauiense. Relembrando um pouco a história piauiense e os fatos históricos na qual levaram a declaração da independência brasileira, poderíamos citar que:

  • A independência brasileira era um fato consumado. Não tardaria devido às crises do império português, às pressões internas e internacionais;
  • Estados como o Piauí, Maranhão e Pará viviam afastados das decisões imperiais naquela época, servindo apenas com suas riquezas e benefícios.


As nobres palavras de D. Pedro (quase pontíficias, ou no mínimo muito parecidas com a de um messias) naquela quase tarde às margens do riacho Ipiranga, infelizmente não se fariam valer no estado do Piauí que continuaria como “escravo” da coroa portuguesa.
Homens armados e revoltados com a situação piauiense tomaram suas armas e declararam a independência do Piauí ainda no dia 19 de Outubro do mesmo ano, na cidade de Parnaíba (você sabia que esse é o motivo para comemorarmos o dia do Piauí neste dia?), causando, assim, o primeiro deslocamento das tropas de Fidié, com a intenção de sufocar o movimento, e dando início ao grande conflito armado e sangrento, que terminaria no dia 13 de março de 1823, em Campo Maior, às margens do riacho Jenipapo.
Infelizmente, grande parte dos piauienses nem se recorda (ou muitas vezes nem sabe) desse período tão importante em nossa história. Não tento diminuir o mérito do dia da independência, mas sim afirmar uma data tão importante e tão quanto apagada da memória dos piauienses, no dia 13 de Março, não vejo desfiles nem paradas militares. Reconheço, vejo um evento promovido pelo governo do estado, em Campo Maior, onde se tenta exemplar o ato de bravura daqueles piauienses e também onde são condecorados piauienses que fizeram algo de importante para o nosso estado. Nada além disso.
No Piauí, de 19 de Outubro de 1822 a 13 de Março de 1823, fizeram-se sim valer as palavras de patriotismo e nacionalismo colocadas inicialmente. Eram patrióticos? Sim. Queriam um Piauí independente, livre legítimo. Eram nacionalistas? Também. Desejavam a liberdade que o resto do país tinha e se unir a ele. Gostaria também de dizer que no Piauí deste período também se valeram as palavras de D. Pedro quando proclamou a independência. No coração dos piauienses que lutaram por nossa liberdade, estava encravado, com muito mais sinceridade e vigor as palavras: Independência ou Morte! Muitas mortes.

Aos heróis que lutaram por nossa liberdade: este reconhecimento e nosso muito obrigado!

domingo, 6 de julho de 2008

Dificuldades encontradas em um projeto de construção de um Agendamento Positivo

Um dos produtos da comunicação que a cada dia se tornam mais constantes na realidade midiática é o Agendamento Positivo. Um dos fatos interessantes deste tipo de agendamento é que mesmo que simples, posssui um conceito ainda muito desconhecido até mesmo no meio dos estudantes de cominicão social. Para os leigos, um Agendamento Positivo é construido quando se é transmitido ao público uma realidade sobre determinada personalidade, lugar,circunstâncias, apresentando-se apenas seus aspectos positivos ( deixando de lado todos os pontos que comprometam a imagem deste objeto), com o objetivo, na maior parte das vezes, de formar uma nova realidade perante ao público.
O ato de construção de um agendamento positivo não possui características simples diante de todo um processo midiático e suas inter-relações sócio-culturais e econômicos. Uma série de fatores determinam a eficácia de um projeto positivo para construção de uma nova realidade:A dificuldade de imposição (legitimação) de um conteúdo, a relação entre Jornalistas e Assessores de Imprensa, e o fator financeiro mostram se como principais empecilhos para consolidação dos objetivos intencionados.
As discussões sobre a influência da mídia em toda uma sociedade prolongam-se ao longo das décadas. Diversos modelos teóricos analisam o reflexo das intenções propagadas pelos veículos de comunicação de massa perante seu público consumidor de seus produtos. No ato de construção de uma Agenda Positiva, é fator determinante a observação das estratégias de veiculação das informações. Tomando como referencial teórico o modelo Proposto por Harold D. Lasswell (1902- 1978) em 1948, observava que os produtos vinculados pelos meios de comunicação de massa (MCM) não mais manipulavam uma "massa" passiva como se era acreditado até então. Os MCMs, segundo Lasswell apenas "Afetam" ao público. Ao assessor de imprensa lhe é obrigação uma análise detalhada das companhas publicitárias e informações colocadas na mídia sobre o tema que lhe é interessado. A atenção à circulação de elementos bem elaborados permitirá um resultado positivo ao cliente.
O mundo moderno convive com um sistema capitalista levado ao extremo. As relações financeiras do mundo atual refletem em todos os campos da sociedade, inclusive e diretamente na campo midiático. Uma das características da modernização é o entendimento do alto grau de importância da utilização meios de comunicação para a formação de uma avaliação positiva ou negativa do público diante de um determinado assunto veiculado na mídia, que resultou grande número de estudos e estudiosos voltados para pesquisas sobre a forma de utilização desses meios para afetar uma formação de opiniões diante da sociedade massiva. Tal compreensão, principalmente dos detentores dos veículos de comunicação e dos especialistas em promoção levou o preço das campanhas publicitárias para as alturas. Hoje a construção de uma Agenda Positiva pode custar uma fortuna para aqueles que a almejam.
Dentre todos esses fatores, um é de extrema importância: A relação entre uma assessoria de imprensa e a atividade Jornalistica. Um agendamento positivo funciona principalmente fora dos limites das campanhas publicitárias. Sendo assim, os assessores tendem a utilização dos seus contatos ou às vezes do seu segundo emprego (assessores que trabalham como jornalistas) para a a transmissão das mensagens positivas ao público. Quebra-se um princípio-mor da ética jornalistica, o princípio da parcialidade, que parece não ser levado muito em conta numa elaboração de agenda positiva. Essa relação numa veiculação de mensagens midiáticas positivas se fazem diretamente necessárias para a construção de um Agendamento Positivo.